segunda-feira, 18 de dezembro de 2017



Contos Zen




Sorte ou Azar

Era uma vez um fazendeiro chinês que era rico e tinha muitos cavalos na sua herdade. Certo dia, um deles fugiu das suas terras. Quando souberam do sucedido, os vizinhos vieram reconfortá-lo com esse azar e o fazendeiro respondeu : “Talvez seja sorte, talvez seja azar, quem irá saber?”

No dia a seguir, o cavalo que tinha fugido veio novamente para as terras do fazendeiro mas desta vez vinha ele e mais sete cavalos. Quando souberam do sucedido, os vizinhos vieram felicitá-lo por ter tido tamanha sorte e o fazendeiro respondeu:  “Talvez seja sorte, talvez seja azar, quem irá saber?”

Como havia muitos cavalos selvagens por domesticar, o filho do fazendeiro achou por bem domesticar um deles mas acabou por cair e partiu uma perna. Quando souberam do sucedido, os vizinhos vieram reconfortá-lo com esse azar e o fazendeiro respondeu: “Talvez seja azar, talvez seja sorte, quem irá saber?”

Passado algum tempo, o Japão declarou guerra à China e todos os rapazes novos tiveram que ir combater nessa guerra, á excepção do filho do fazendeiro que ainda estava a recuperar da queda. A maior parte deles morreram nessa guerra.

Quando os vizinhos souberam dessas notícias, recordaram-se que o filho desse fazendeiro não tinha ido para a guerra e estava vivo. Foram então ter com o fazendeiro e disseram:
- O seu filho é mesmo um homem de sorte!
O fazendeiro respondeu :
- Talvez seja azar, talvez seja sorte, quem irá saber?





Moral da história: Existe muitas vezes a tendência em rotular os acontecimentos que acontecem como bons ou péssimos e por vezes verificamos que o que na altura parecia péssimo veio a revelar-se muito útil e benéfico e o contrário também é verdadeiro. Nós não conseguimos controlar a maior parte dos fenómenos que nos acontecem e o que poderá daí resultar, também nos foge por entre os dedos. Nós não controlamos o Universo. 



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