Nota:
Esta fábula foi criada por Ésopo (Nessebar, 620
A.C. – Delfos, 564 A.C.). Este escritor viveu na Grécia Antiga e ele foi o
criador de várias fábulas populares. Com Ésopo, criou-se um novo género
literário (as fábulas).
Fábula do rato e
dos animais da quinta
Certo dia, um rato olhou por um buraco da parede e viu o fazendeiro e a sua mulher receberem um pacote. O rato ficou logo a pensar que seria comida.
Assustado,
descobriu que os donos tinham encomendado uma ratoeira.
Correu
logo de seguida a avisar todos os outros animais:
-
Cuidado que há uma ratoeira dentro de casa!
Ao
ouvir isto, a galinha disse:
-
Sr. Rato, peço desculpas por dizer isto mas esse problema é seu e não meu.
Quando
o rato falou com o porco, este disse-lhe:
-
Sr. Rato, esse problema não me diz respeito. Vou lembrar-me sempre de si quando
estiver a rezar.
Quando
o rato falou com a vaca, esta disse-lhe:
-
Uma ratoeira dentro de casa? E daí? O problema é para quem está lá dentro a
morar.
Depois
de ter falado com os outros animais da fazenda, chegou a casa muito triste.
Nessa
mesma noite, ouviu um barulho e foi espreitar.
A
ratoeira tinha apanhado uma cobra venenosa e no meio da escuridão, a mulher do
fazendeiro foi mordida pelo bicho.
A
mulher do fazendeiro teve que ir receber assistência.
Quando
voltou, começou a sentir febre.
Para
fazer uma refeição para alimentar a sua mulher e fazer-lhe passar a febre, o
fazendeiro fez uma canja de galinha.
Os
dias foram passando e a mulher do fazendeiro continuou doente e os vizinhos e
família foram visitá-la.
Para
ter uma refeição para tanta gente, acabou por sacrificar o porco.
A
mulher do fazendeiro acabou por não conseguir recuperar.
No
dia do enterro, acabou por sacrificar a vaca.
Moral
da história:
Da
próxima vez que lhe disserem que há um problema e você pensar que o problema
não lhe diz respeito, pense duas vezes, porque mesmo estando a ratoeira em
casa, tudo à sua volta corre perigo. O problema de um torna-se o problema de
todos.
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