Contos Zen
Sorte ou Azar
Era
uma vez um fazendeiro chinês que era rico e tinha muitos cavalos na sua
herdade. Certo dia, um deles fugiu das suas terras. Quando souberam do
sucedido, os vizinhos vieram reconfortá-lo com esse azar e o fazendeiro
respondeu : “Talvez seja sorte, talvez seja azar, quem irá saber?”
No
dia a seguir, o cavalo que tinha fugido veio novamente para as terras do
fazendeiro mas desta vez vinha ele e mais sete cavalos. Quando souberam do
sucedido, os vizinhos vieram felicitá-lo por ter tido tamanha sorte e o
fazendeiro respondeu: “Talvez seja
sorte, talvez seja azar, quem irá saber?”
Como
havia muitos cavalos selvagens por domesticar, o filho do fazendeiro achou por
bem domesticar um deles mas acabou por cair e partiu uma perna. Quando souberam
do sucedido, os vizinhos vieram reconfortá-lo com esse azar e o fazendeiro
respondeu: “Talvez seja azar, talvez seja sorte, quem irá saber?”
Passado
algum tempo, o Japão declarou guerra à China e todos os rapazes novos tiveram
que ir combater nessa guerra, á excepção do filho do fazendeiro que ainda
estava a recuperar da queda. A maior parte deles morreram nessa guerra.
Quando
os vizinhos souberam dessas notícias, recordaram-se que o filho desse
fazendeiro não tinha ido para a guerra e estava vivo. Foram então ter com o
fazendeiro e disseram:
-
O seu filho é mesmo um homem de sorte!
O
fazendeiro respondeu :
-
Talvez seja azar, talvez seja sorte, quem irá saber?
Moral da história: Existe muitas vezes a tendência em rotular os acontecimentos que acontecem como bons ou péssimos e por vezes verificamos que o que na altura parecia péssimo veio a revelar-se muito útil e benéfico e o contrário também é verdadeiro. Nós não conseguimos controlar a maior parte dos fenómenos que nos acontecem e o que poderá daí resultar, também nos foge por entre os dedos. Nós não controlamos o Universo.
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